O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) dos Estados Unidos deve anunciar, na quarta-feira (30), a manutenção da taxa de juros na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano. A expectativa, respaldada por uma probabilidade de 96,9% segundo o CME Group, surge em meio a um cenário de incertezas inflacionárias e pressões políticas sobre o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. A decisão será crucial para equilibrar o controle da inflação com o crescimento econômico e a manutenção do emprego.
Os recentes dados de inflação indicam uma aceleração nos preços, com o índice acumulado em 12 meses alcançando 2,7% e o núcleo em 2,9%. Economistas alertam que a pressão inflacionária pode aumentar nos próximos meses, especialmente devido ao impacto das tarifas sobre os preços internos. Gustavo Sung, economista sênior da Suno Research, destaca que itens como vestuário e eletrodomésticos já refletem o aumento dos custos, e a diminuição dos estoques isentos de tarifas deve intensificar essa pressão.
Além disso, a divulgação dos dados do PIB do segundo trimestre, também prevista para quarta-feira, poderá influenciar a comunicação do FOMC. A economista Andressa Durão acredita que Powell deverá abordar os últimos dados de inflação e reafirmar a adequação da política monetária diante dos riscos inflacionários. A solidez do mercado de trabalho, com a taxa de desemprego estável em 4,1%, também será um fator a ser considerado na decisão do comitê, que enfrenta o dilema de como responder à pressão inflacionária crescente sem comprometer o crescimento econômico.