A fofoca, presente em diversas culturas, é mais do que um mero comentário maldoso, segundo especialistas em antropologia evolucionista. Em um estudo recente, Robin Dunbar, antropólogo da Universidade de Oxford, argumenta que a fofoca desempenha um papel crucial na coesão social e na sobrevivência dos grupos humanos ao longo da história. Ele sugere que esse comportamento substitui o 'asseamento social' dos primatas, ajudando a formar alianças e a entender hierarquias sociais.
Nicole Hagen Hess, da Universidade Estadual de Washington, complementa essa visão ao destacar que a fofoca serve como uma estratégia de proteção. Ao compartilhar informações sobre comportamentos arriscados ou reputações duvidosas, as pessoas podem evitar perigos, especialmente em contextos vulneráveis. Hess enfatiza que a reputação é um recurso vital que pode influenciar o acesso a oportunidades e a segurança pessoal.
Além de suas funções sociais, a fofoca também se revela uma forma de entretenimento. A podcaster Kelsey McKinney ressalta que contar histórias sobre terceiros não apenas cria conexões, mas também ajuda a lidar com o isolamento. Para ela, a fofoca é uma narrativa que molda a compreensão do mundo e aproxima as pessoas.
Assim, a fofoca se apresenta como um comportamento universal que impacta diretamente a construção de comunidades e a tomada de decisões sociais, desafiando a ideia de que se trata apenas de um hábito fútil.