Filipe Martins, ex-assessor da Presidência da República para Assuntos Internacionais, afirmou nesta quinta-feira (24) que foi injustamente implicado pelo tenente coronel Mauro Cid, delator de uma suposta trama golpista que visava manter Jair Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições. Durante seu depoimento, Martins negou ter participado de uma reunião em 7 de dezembro, onde Cid alegou que ele teria apresentado um decreto para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Martins foi interrogado como um dos seis réus do núcleo 2 da trama golpista, que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), incluiu assessores de alto escalão envolvidos em ações para sustentar o governo Bolsonaro. O ex-assessor contestou a credibilidade da delação de Cid, mencionando pareceres da Polícia Federal e da PGR que sugerem que Cid poderia estar protegendo outros indivíduos ao criar essa narrativa.
O interrogatório, realizado por videoconferência e transmitido ao vivo pelo Supremo Tribunal Federal (STF), é uma etapa crucial do processo criminal. Martins, que se disse sob censura há quase dois anos, apresentou documentos para refutar a alegação de que esteve no Palácio da Alvorada na data mencionada. Ele e os outros réus enfrentam acusações graves, incluindo organização criminosa armada e tentativa de golpe de Estado, com penas que podem ultrapassar 30 anos de prisão.