Filipe Martins, ex-assessor especial de Assuntos Internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro, relatou ter sofrido um "episódio de perseguição da mídia" durante seu depoimento no interrogatório dos réus do núcleo 2, realizado na quinta-feira (24 de julho de 2025). Martins se referiu a um incidente ocorrido em 24 de março de 2021, quando sua imagem foi capturada ao fundo de uma transmissão do Senado, enquanto o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, anunciava a presença do então ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Na ocasião, Martins fez um gesto com a mão que foi interpretado como um sinal associado a grupos supremacistas brancos. Ele se defendeu, afirmando que estava apenas ajustando seu microfone e que processaria aqueles que tentaram associá-lo ao supremacismo. O gesto resultou em uma denúncia ao Ministério Público Federal, e em dezembro de 2024, Martins foi condenado a 2 anos e 4 meses de reclusão em regime aberto, além de prestar serviços comunitários e pagar multas.
Durante seu depoimento, Martins mencionou o episódio enquanto falava sobre suas viagens aos Estados Unidos como assessor, mas logo afirmou que o assunto "não vinha ao caso". O núcleo 2, do qual Martins faz parte, é acusado de tentativa de golpe e participação em organização criminosa armada, com a Procuradoria Geral da República descrevendo o grupo como responsável pela coordenação de ações para desestabilizar o Estado Democrático de Direito.