O forró, ritmo nordestino consagrado, domina as festas juninas cariocas, mas a diversidade musical vai além. De acordo com o sanfoneiro Kiko Horta, a influência nordestina é inegável, com ritmos como baião, xote e xaxado presentes nos festejos. Entretanto, a riqueza rítmica ultrapassa o que muitos consideram apenas como “forró”, abrangendo um universo sonoro mais amplo, conforme demonstram as pesquisas do Iphan que reconhecem o forró como um guarda-chuva para diversas expressões culturais da região.
Kiko Horta e outros músicos explicam que as sutis variações rítmicas definem cada estilo. A puxada da zabumba, por exemplo, apresenta subdivisões rítmicas distintas no forró e no baião. Já o xaxado se diferencia pela pulsação característica da zabumba. O xote, por sua vez, se destaca por seu ritmo mais lento e aconchegante, ideal para danças mais próximas, conforme detalham os músicos entrevistados. Essa complexidade rítmica, muitas vezes ignorada, demonstra a riqueza da tradição musical nordestina presente nas festas juninas cariocas, que vão além de uma simples classificação genérica.
A preservação e o conhecimento dessa diversidade rítmica são cruciais para a valorização da cultura popular brasileira. A compreensão das nuances entre forró, baião, xote e xaxado, por exemplo, amplia o apreço pela riqueza da musicalidade nordestina. Para além das festas juninas, a promoção e o estudo dessa diversidade musical contribuem para a construção de uma identidade cultural mais abrangente e precisa, estimulando a pesquisa e o registro dessas expressões artísticas. A continuidade desse trabalho de preservação e difusão da cultura popular se mostra fundamental para as futuras gerações.