A malha ferroviária da antiga Estrada de Ferro Sorocabana, que se estende por 319 quilômetros entre Mairinque e Bauru, SP, e 1.306 quilômetros da antiga Noroeste até Corumbá, MS, está em estado de abandono e inatividade. Com a concessão atual vencendo em 1º de julho de 2026, a infraestrutura deteriorada levanta preocupações sobre o futuro do transporte ferroviário na região. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) já constatou a depreciação da via permanente e a necessidade de investimentos significativos para sua recuperação.
A linha Mairinque-Santos, que compõe um importante corredor de exportação do agronegócio, contrasta com os trechos enferrujados que não são mais utilizados para o transporte de celulose, atividade que foi interrompida em 2022. A concessionária responsável, Rumo, protocolou em 2020 um pedido de relicitação, mas os investimentos realizados ao longo dos anos foram insuficientes para manter a capacidade de transporte, resultando em velocidades de operação muito abaixo do ideal.
A ANTT estima que serão necessários R$ 18 bilhões para a recapacitação da ferrovia, que possui um total de 1.625 km de extensão. O novo contrato de concessão, que deverá ser leiloado em 2026, terá vigência de 60 anos, mas fontes alertam que o alto custo de recuperação pode afastar potenciais interessados no leilão, o que comprometeria ainda mais a continuidade dos serviços ferroviários na região.