A Paraíba registrou 19 feminicídios entre janeiro e junho de 2025, segundo dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Este número representa o segundo pior resultado para o primeiro semestre em uma década, superado apenas pelos 22 casos registrados em 2018. Os casos ocorreram em diversas cidades, incluindo João Pessoa, Campina Grande e Cajazeiras, com uma média de quase duas mulheres assassinadas por mês devido à violência de gênero.
A pesquisadora de gênero Glória Rabay aponta que fatores culturais e a disseminação de discursos misóginos, especialmente nas redes sociais, contribuem para a persistência desses altos índices de feminicídio. Ela destaca que, embora as mulheres negras e de classes sociais mais baixas sejam as principais vítimas, a violência de gênero afeta mulheres de diferentes perfis sociais, refletindo uma cultura machista enraizada na sociedade brasileira.
Além dos feminicídios, o relatório também indica 18 homicídios dolosos e dois casos de latrocínio envolvendo mulheres no mesmo período. A legislação brasileira tem avançado no combate a essa violência, com a Lei nº 13.104 de 2015 e a recente Lei 14.994 de 2024, que reconhece o feminicídio como crime autônomo e estabelece penas mais severas. Rabay ressalta a importância da educação como ferramenta essencial para a conscientização e redução da violência de gênero no país.