O Federal Reserve (Fed) decidiu manter a taxa básica de juros na faixa de 4,25% a 4,50% durante sua reunião na quarta-feira, 20 de setembro de 2023. A decisão, que ocorreu com um voto de 9 a 2, gerou discordância entre dois membros do comitê, ambos indicados pelo ex-presidente Donald Trump, que defendem uma redução nas taxas, alegando que a política monetária está excessivamente restritiva. O comunicado do Fed destacou que, apesar da baixa taxa de desemprego e de um mercado de trabalho sólido, a inflação continua elevada.
O banco central americano observou que o crescimento econômico se moderou no primeiro semestre do ano, o que pode abrir espaço para cortes nas taxas em reuniões futuras, dependendo da continuidade dessa tendência. No entanto, o Fed também expressou preocupação com a incerteza nas perspectivas econômicas, o que dificulta a tomada de decisões sobre a política monetária. A reunião foi histórica, pois foi a primeira vez em mais de 30 anos que dois membros do Conselho de Governadores do Fed votaram contra uma decisão sobre a taxa de juros.
Os membros dissidentes, a vice-presidente de Supervisão, Michelle Bowman, e o governador Christopher Waller, que é considerado um possível sucessor do atual presidente do Fed, Jerome Powell, preferiram uma redução de 0,25 ponto percentual nas taxas. Powell, que foi nomeado por Barack Obama e posteriormente promovido por Trump, votou pela manutenção das taxas, assim como outros quatro governadores e cinco presidentes de bancos regionais do Fed. A governadora Adriana Kugler não participou da votação.
Com a declaração do Fed gerando poucas pistas sobre cortes futuros nas taxas, a atenção agora se volta para a coletiva de imprensa de Jerome Powell, onde ele pode fornecer mais esclarecimentos sobre a política monetária. Membros dissidentes do FOMC costumam emitir declarações explicando seus votos na sexta-feira seguinte às reuniões do Fed, o que pode trazer mais detalhes sobre as divergências internas na instituição.