Jericoacoara, Pipa e Porto de Galinhas, três renomados destinos turísticos do litoral nordestino, enfrentam a crescente presença de facções criminosas que dominam a vida local. A situação, marcada por atividades ilícitas como a venda de drogas e assassinatos, foi revelada em reportagens recentes que destacam o contraste entre a beleza das praias e a realidade da violência.
Moradores relatam que, apesar da tranquilidade aparente, o crime organizado impõe regras para coibir roubos e garantir a segurança dos turistas, uma estratégia para não afastar os visitantes que movimentam a economia local. Entretanto, a vida cotidiana é permeada por ameaças e a presença constante de 'olheiros' e traficantes, que interagem com a comunidade local, segundo depoimentos coletados pela BBC News Brasil.
A expansão das facções, antes restritas a grandes centros urbanos, agora se espalha por vilas turísticas, atraídas pela alta circulação de dinheiro proveniente do turismo. O promotor de Justiça Eduardo Leal dos Santos, de Ipojuca, destaca que esses locais se tornaram 'filiais do negócio de drogas', com uma movimentação financeira significativa, como evidenciado por uma caderneta apreendida que indicava um faturamento de quase R$ 10 milhões por ano.
Casos de violência, como o assassinato de um turista de 16 anos em Jericoacoara, evidenciam a gravidade da situação. O jovem foi confundido com um membro de facção rival, gerando repercussão nacional e levantando questões sobre a segurança nos destinos turísticos. A falta de presença policial e a estrutura limitada das cidades contribuem para a perpetuação desse cenário preocupante.