O professor da Universidade de Brasília (UnB) e procurador regional da República, Vladimir Aras, estima que o processo de extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) da Itália para o Brasil pode levar de um ano e meio a dois anos. A deputada foi presa na Itália nesta terça-feira (29) após ter sido condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento em um esquema de falsificação de mandados de prisão.
Aras, que não atua no caso de Zambelli, explicou que o próximo passo envolve a decisão do Ministério da Justiça italiano sobre a confirmação da prisão da deputada. Caso a confirmação seja positiva, a Corte de Apelação em Roma tomará a decisão final sobre a extradição. O Brasil terá um prazo de 45 dias para formalizar o pedido, e tanto o Ministério Público italiano quanto a defesa de Zambelli poderão se manifestar no processo.
O professor também destacou que, em casos de dupla cidadania, como o de Zambelli, a prevalência da cidadania é um fator importante. No caso da deputada, a cidadania brasileira é considerada predominante, o que pode influenciar na decisão da Justiça italiana. Aras ressaltou que a extradição é uma decisão política e que a defesa de Zambelli alega perseguição política no Brasil, o que poderá complicar ainda mais o processo.