A Sala do Artista Popular, no Museu de Folclore Edison Carneiro, no Catete, Rio de Janeiro, recebe até 28 de setembro a exposição "Hãmxop tut xop – as mães das nossas coisas: artesanato em fibra de embaúba". A mostra apresenta peças artesanais produzidas por mulheres da etnia Maxakali, que preservam sua língua e cultura no estado de Minas Gerais.
Sueli Maxakali, líder da etnia e educadora, enfatiza a importância da exposição como uma forma de transmitir a herança cultural para as futuras gerações. "A gente está trazendo memória viva. A herança para nossos filhos é a nossa cultura", afirmou em entrevista à Agência Brasil. Os Maxakali, também conhecidos como Tikmũ’ũn, habitam aldeias em municípios do Vale do Mucuri, onde enfrentam desafios de invisibilidade cultural e comunicação.
A fibra da embaúba, árvore da Mata Atlântica, é a matéria-prima utilizada na confecção de bolsas, colares e pulseiras, representando uma fonte de renda para a comunidade. Sueli destacou que a venda dos produtos ajuda a financiar projetos de reflorestamento em suas aldeias, onde estão replantando embaúbas e outras espécies nativas.
A exposição coincide com o projeto Hãmhi | Terra Viva, que visa a recuperação dos territórios indígenas e a formação de agentes agroflorestais entre os Tikmũ’ũn. Além da abertura da exposição, foi realizada a pré-estreia do documentário "Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá", que narra a busca de Sueli e Maíza Maxakali por seu pai, Luis Kaiowá, retirado de sua aldeia durante a ditadura militar.