Exportadores brasileiros de carne enfrentam um cenário preocupante após o anúncio de tarifas de 50% sobre produtos do Brasil, feito pelo presidente dos EUA, Donald Trump. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva está buscando alternativas para garantir as exportações, mapeando novos mercados, além da China, que já é o maior cliente do setor. As exportações de carne para os EUA, que no ano passado representaram 229 mil toneladas, podem ser drasticamente afetadas, tornando inviável a competitividade do produto brasileiro no mercado americano.
A carne brasileira, que é utilizada principalmente como 'carne ingrediente' em produtos como hambúrgueres, pode ver seu preço por tonelada saltar de US$ 5.700 para cerca de US$ 8.600 com a nova taxação. Isso representa um desafio significativo, já que os exportadores esperavam um aumento nas vendas para os EUA, com projeções de atingir 500 mil toneladas até o final do ano. No primeiro semestre, as exportações já haviam alcançado 181,5 mil toneladas, um aumento de 102% em relação ao ano anterior.
Diante desse cenário, o governo brasileiro planeja criar um comitê com a participação de ministros e empresários para discutir as implicações da tarifa e explorar novos mercados, como México, Egito, Canadá, Chile e Emirados Árabes. Especialistas do setor alertam que, se a carne brasileira perder competitividade, o mercado interno pode ser inundado, resultando em um aumento nos preços da carne nos EUA, que enfrenta uma demanda interna significativa por produtos como hambúrgueres. O Conselho de Importação de Carnes da América (MICA) ainda não se manifestou sobre a decisão de Trump, mas já se posicionou contra restrições ao comércio, citando possíveis impactos negativos na indústria de carne bovina dos EUA.