As exportações de milho do Brasil, que tradicionalmente alcançam seus maiores volumes no segundo semestre, enfrentam desafios significativos para a temporada 2024/25. A análise de especialistas indica uma menor presença da China nas importações e uma concorrência acentuada com os Estados Unidos, que devem colher uma safra recorde. Além disso, o Brasil lida com dificuldades logísticas devido a atrasos na colheita e a necessidade de embarcar uma parte considerável de sua safra recorde de soja.
Apesar das dificuldades, as projeções apontam para um crescimento nas exportações de milho, com a colheita estimada em 128,3 milhões de toneladas, um aumento de 11% em relação ao ciclo anterior. A consultoria StoneX prevê que o Brasil exporte 42 milhões de toneladas nesta temporada, superando os 38,5 milhões do ano passado, mas ainda abaixo do recorde de 54,6 milhões de toneladas registrado há dois anos.
Os especialistas destacam a preocupação com a demanda, especialmente após a China reduzir suas importações de milho devido a uma safra abundante e políticas de autossuficiência. A dependência do Brasil em mercados alternativos, como Irã, Egito e Vietnã, pode limitar o volume de vendas, uma vez que esses países não têm a mesma capacidade de compra que o gigante asiático. Além disso, a competição com o milho norte-americano, que se torna mais acessível no final do ano, pode restringir as oportunidades de exportação para o Brasil.
Os analistas também alertam que a continuidade das exportações de soja pode impactar ainda mais a logística do milho, dificultando um aumento no ritmo de embarques. A combinação de uma grande safra de milho, a valorização do dólar e a competitividade do milho dos EUA e da Argentina são fatores que podem influenciar negativamente as exportações brasileiras nos próximos meses.