As exportações de carne bovina do Brasil para os Estados Unidos sofreram uma queda acentuada de 61,8% em junho, em comparação a abril, quando as vendas atingiram um recorde histórico. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Carne (Abiec), o Brasil enviou apenas 18.232 toneladas de carne bovina in natura em junho, uma redução significativa em relação às 47.836 toneladas exportadas em abril de 2025.
A diminuição nas vendas se deve à implementação de tarifas pelo governo dos EUA. Em maio, o presidente Donald Trump anunciou uma sobretaxa de 10% sobre os produtos brasileiros, que foi elevada para 50% a partir de 1º de agosto. Essa mudança impactou diretamente as exportações, que caíram para 27.413 toneladas em maio e, subsequentemente, para 9.745 toneladas até 21 de julho.
Apesar da queda nas exportações, o primeiro semestre de 2023 registrou um volume total de 156 mil toneladas de carne bovina exportadas para os EUA, o maior já registrado desde 1997. Entretanto, a nova tarifa de 76,4% a ser aplicada a partir de agosto poderá dificultar ainda mais a competitividade da carne brasileira no mercado americano, especialmente após o esgotamento da cota de 65 mil toneladas isentas de tarifas, que é rapidamente preenchida no início do ano.
Os dados foram coletados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) e corroborados por relatórios do Ministério da Agricultura, que também indicam uma tendência de queda nas vendas de carne bovina in natura para os EUA. A situação levanta preocupações sobre o futuro das exportações brasileiras e o impacto econômico para o setor.