As exportações de carne bovina brasileira para os Estados Unidos alcançaram volumes recordes nos meses de março e abril de 2025, com 42.113 toneladas e 47.413 toneladas, respectivamente, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, compilados pela Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne). Apesar da queda de 61,8% nos embarques após o pico de abril, os volumes ainda superam a média anual registrada em 2024.
Nos últimos três semestres, a média de embarques de carne bovina para os EUA foi de 14.227 toneladas no primeiro semestre de 2024, 24.073 toneladas no segundo semestre de 2024 e 30.250 toneladas no primeiro semestre de 2025. O aumento das compras por parte de empresas norte-americanas foi observado em um estudo do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da USP, que sugere que o movimento se deu para formar estoques em resposta ao temor de elevação de tarifas pelo presidente Donald Trump.
Em maio, Trump anunciou um aumento de 10% nas tarifas sobre produtos brasileiros, que deve subir para 50% a partir de 1º de agosto. Os Estados Unidos, que são o segundo maior comprador da carne bovina brasileira, respondem por 12% das exportações, atrás da China, que concentra 49%. O Brasil pode exportar até 65.000 toneladas anuais sem tarifas, mas após esse limite, a alíquota padrão de 26,4% passa a ser aplicada, podendo chegar a 76,4% com a nova sobretaxa.
A Abiec foi contatada para comentar sobre o desempenho do setor, mas não se manifestou até o fechamento desta matéria.