Em 1973, o antropólogo Santiago Genovés liderou um experimento inovador em que onze pessoas embarcaram em uma balsa chamada Acali para uma jornada transatlântica de 101 dias. O projeto, que visava estudar o comportamento humano sob condições de estresse, foi inspirado por um sequestro que Genovés sofreu durante um voo para a Cidade do México, onde refletiu sobre a natureza da violência e da agressão.
A balsa, construída com dimensões limitadas e sem recursos modernos, foi projetada para provocar conflitos entre os participantes, que incluíam quatro homens e seis mulheres de diversas nacionalidades e contextos sociais. Genovés buscou criar um ambiente propício para a análise das interações humanas, utilizando a isolação do mar como um laboratório natural.
Os voluntários, selecionados através de um anúncio em jornais internacionais, enfrentaram desafios diários que testaram suas dinâmicas de grupo. A sueca Maria Björnstam foi nomeada capitã, tornando-se a primeira mulher a assumir tal posição em um experimento desse tipo. O estudo, que se tornou um marco na antropologia, foi documentado no filme 'A Balsa', dirigido por Marcus Lindeen, que revisita as experiências dos participantes 45 anos após a expedição.