Uma expedição do programa Globo Repórter percorreu 2.300 quilômetros pelo chamado 'Brasil do Meio', destacando a riqueza cultural e mineral de Minas Gerais. A jornada, que teve início em Minas Gerais, explora a transformação do Vale do Jequitinhonha, anteriormente conhecido como 'vale da miséria', que agora é chamado de 'vale das possibilidades' por seus moradores. Apesar dos desafios como a seca e baixos índices de desenvolvimento humano, a região se destaca pela produção de cerâmica artesanal, que se tornou uma alternativa econômica e cultural. O ceramista Augusto Ribeiro, que encontrou no barro uma forma de sustento, afirma: 'Agora não dá mais pra plantar, por causa da seca. Mas o barro ainda dá'.
Além da cerâmica, a expedição também destacou o Vale do Lítio, em Araçuaí, que abriga uma das maiores reservas de lítio do mundo, essencial para a fabricação de baterias. A Mina da Cachoeira, operada pela Companhia Brasileira do Lítio, atrai investimentos e gera empregos na região, que antes era marcada pela pobreza. Audrey Elioterio, funcionário da mina há 31 anos, e seu filho Adler Alves, que retornou à cidade para trabalhar no beneficiamento do minério, compartilham suas experiências e a importância do lítio para o futuro.
Por fim, a cidade de Diamantina, fundada em 1713, é um marco da história da exploração diamantífera no Brasil. O historiador Álvaro de Araújo Antunes destaca a relevância dos diamantes na formação de Minas Gerais, enquanto a joalheria Pádua, em funcionamento desde 1888, mantém viva a tradição da lapidação artesanal. Antônio Oliveira Neto, que trabalha na joalheria desde os 11 anos, resume: 'Joia para mim é a vida'.