As expectativas do mercado para a inflação em 2026 apresentaram uma queda significativa, atingindo pela primeira vez desde março um patamar abaixo do teto da meta, conforme divulgado no Boletim Focus pelo Banco Central nesta segunda-feira (21). A mediana das projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou de 4,50% para 4,45%, após um período de nove semanas de estabilidade no limite superior da meta. A redução já era prevista por analistas, que apontam sinais de desaceleração econômica e possíveis efeitos desinflacionários devido às tarifas comerciais dos Estados Unidos.
Além disso, o Boletim Focus revelou que, entre as 107 projeções atualizadas nos últimos cinco dias, a mediana também caiu para 4,45%, indicando uma tendência de revisão para baixo. Para o ano de 2025, as expectativas para o IPCA também foram ajustadas, passando de 5,17% para 5,10%, marcando a décima baixa consecutiva. As estimativas do Banco Central, divulgadas no último ciclo de comunicação do Comitê de Política Monetária (Copom), preveem uma inflação de 4,9% em 2025 e 3,6% em 2026, sendo este último o horizonte relevante para a política monetária.
Apesar das revisões nas expectativas de inflação, as projeções para a taxa básica de juros (Selic) permaneceram inalteradas. O mercado continua a prever que a Selic encerrará 2025 em 15%, mesmo patamar atual, após o Copom ter elevado a taxa em 0,25 ponto percentual na última reunião. Para 2026, a projeção da Selic se mantém em 12,50% pela 25ª semana consecutiva, enquanto para 2027, a expectativa é de 10,50%. No mercado de câmbio, as estimativas também se mantêm estáveis, com a mediana para o dólar no fim de 2025 fixada em R$ 5,65 e para 2026 em R$ 5,70.