O exército israelense interceptou neste sábado (26) um barco de ajuda humanitária, a embarcação Handala, que tentava romper o bloqueio imposto a Gaza. A operação ocorreu em águas internacionais, a cerca de 40 milhas náuticas da costa palestina, resultando na detenção de 21 ativistas internacionais e jornalistas, além da apreensão de toda a carga, que incluía alimentos, medicamentos e fórmula infantil, conforme informou a Coalizão Flotilha da Liberdade neste domingo (27).
Segundo a coalizão, a interceptação foi realizada de forma violenta, com o exército cortando as câmeras e a comunicação do navio pouco antes da meia-noite. O grupo destacou que toda a carga era de natureza civil e destinada a uma população que enfrenta uma grave crise humanitária, exacerbada pelo bloqueio de Israel.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel confirmou a ação, afirmando que a Marinha havia detido a embarcação e a estava trazendo para a costa. A interceptação ocorre em um contexto de crescente crítica internacional ao agravamento da desnutrição em Gaza, com imagens de crianças em situação crítica aumentando a pressão sobre Israel para que permita a entrega de ajuda humanitária.
Este é o segundo incidente em que a Coalizão Flotilha da Liberdade tem um barco interceptado por Israel nos últimos meses. Em junho, a embarcação Madleen, que transportava ativistas, incluindo a sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila, também foi apreendida. O grupo de direitos humanos Adalah pediu a libertação imediata dos detidos, que incluem cidadãos de diversos países, entre eles sete americanos e defensores dos direitos humanos.