O Exército Brasileiro anunciou a reestruturação do Batalhão de Operações Psicológicas, uma unidade sob investigação por supostos vínculos com tentativas de golpe de Estado. A mudança foi oficializada em uma portaria assinada pelo comandante do Exército, general Tomás Paiva, que transferiu a unidade de Goiânia para o Comando Militar do Planalto, em Brasília, visando aumentar o controle sobre suas operações.
A reestruturação ocorre em meio a investigações do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Polícia Federal sobre a atuação de militares conhecidos como "kids pretos", que estariam envolvidos em ações golpistas, incluindo a invasão dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. A nova configuração do batalhão visa limitar a autonomia estratégica do grupo, que, segundo o Alto Comando, não deveria estar subordinado a um comando tático específico.
A unidade, que tem como objetivo influenciar emoções e opiniões, ganhou notoriedade em missões no Haiti e na intervenção federal no Rio de Janeiro. Contudo, a Polícia Federal interceptou comunicações que sugerem que alguns de seus membros discutiam estratégias para incitar manifestações golpistas. Entre os investigados está o tenente-coronel Guilherme Marques Almeida, ex-comandante do batalhão, e o coronel da reserva Reginaldo Vieira, que é apontado como um dos principais mentores da guerra psicológica nas Forças Armadas.