Um estudo apresentado no maior congresso internacional de Oncologia, realizado em Chicago no mês passado, revela que a prática regular de exercícios físicos pode ser tão eficaz quanto a prescrição de medicamentos na prevenção e tratamento do câncer. O especialista em fisiologia do exercício, Rômulo Martins, destacou que a pesquisa demonstra que a atividade física não é apenas um coadjuvante, mas um tratamento ativo que pode aumentar as chances de cura e reduzir a recorrência da doença.
O estudo, intitulado "Movimento é Remédio", foi conduzido em seis países ao longo de três anos e envolveu cerca de 900 pacientes com histórico de câncer no colo do útero, que já haviam passado por radioterapia e quimioterapia. Os participantes foram divididos em três grupos, sendo que aqueles que mantiveram uma rotina de exercícios supervisionados apresentaram uma redução de 28% na recorrência do câncer e uma taxa de sobrevivência de 90% em oito anos.
Martins enfatizou a importância da colaboração entre médicos e educadores físicos, afirmando que a atividade deve ser prescrita e acompanhada de forma adequada. O estudo sugere que a prática de 180 minutos de exercícios por semana, com suporte emocional e motivacional, pode ser fundamental para a recuperação dos pacientes. A pesquisa marca uma mudança significativa na abordagem do tratamento oncológico, integrando a atividade física como uma ferramenta essencial na luta contra o câncer.