A prática de exercícios físicos é amplamente reconhecida como benéfica para a saúde cardiovascular, mas pode representar riscos significativos para adultos sedentários que iniciam treinos intensos sem a devida avaliação médica. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte global, com mais de 17,9 milhões de óbitos anuais, sendo que no Brasil, mais de 383 mil pessoas perderam a vida para essas condições em 2022.
Um estudo francês publicado na revista Circulation revelou que mais de 90% das mortes súbitas relacionadas à prática esportiva ocorreram entre indivíduos inativos que começaram atividades físicas intensas sem acompanhamento profissional. A pesquisa, realizada entre 2005 e 2010, analisou 820 casos de morte súbita e destacou que a maioria dos eventos ocorreu durante esportes recreativos, como futebol e corrida, especialmente entre adultos de meia-idade.
Além disso, a OMS aponta que 27% dos adultos no mundo não atingem o nível mínimo recomendado de atividade física. No Brasil, cerca de 12,1% da população adulta é considerada fisicamente inativa, segundo o Vigitel Brasil (2023). Essa falta de atividade, aliada à ausência de exames preventivos, pode resultar em sérios riscos à saúde, incluindo a morte súbita durante o exercício.
Especialistas alertam para sinais de alerta que podem indicar risco cardíaco durante a atividade física, como desconforto no peito, falta de ar súbita e tontura. A recomendação é interromper o exercício e buscar avaliação médica ao perceber qualquer sintoma atípico, especialmente em indivíduos com mais de 40 anos ou com histórico de problemas cardíacos.