A proporção de adultos com excesso de peso entre beneficiários de planos de saúde no Brasil aumentou de 46,4% em 2008 para 60,9% em 2023, conforme dados do relatório Vigitel, divulgado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) em parceria com o Ministério da Saúde. O estudo, que analisou indicadores de saúde em todas as 27 capitais brasileiras, revelou um crescimento significativo em ambos os sexos, com destaque para as mulheres, cuja frequência subiu de 38,6% para 55,4% no mesmo período.
Em 2023, o excesso de peso foi mais prevalente entre os homens, atingindo 67,8%, em comparação a 55,4% das mulheres. A condição aumentou em todas as faixas etárias e níveis de escolaridade, sendo o menor índice observado entre jovens de 18 a 24 anos (32,4%) e o maior avanço registrado entre adultos de 25 a 34 anos, que passaram de 41,4% para 61,7%. O Vigitel classifica o excesso de peso com base no IMC (Índice de Massa Corporal) igual ou superior a 25 kg/m².
Além do excesso de peso, a prevalência de obesidade também cresceu, atingindo 21,9% dos adultos em 2023, em comparação a 12,5% em 2008. O aumento foi mais acentuado entre os homens, cujo índice passou de 14,2% para 23,5%. A maior alta foi observada na faixa etária de 45 a 54 anos, com um crescimento de 16,0% para 27,2%. O Vigitel considera obesidade o IMC igual ou superior a 30 kg/m².
Por outro lado, a prática de atividade física no tempo livre se estabilizou, com 49,0% da população realizando pelo menos 150 minutos semanais de exercícios moderados em 2023, um aumento em relação a 33,5% em 2009. Apesar do crescimento ao longo dos anos, o indicador manteve-se estável entre 2018 e 2023. O relatório Vigitel, que abrange dados de 15 anos, foi baseado em entrevistas com mais de 697 mil brasileiros, dos quais 371.394 tinham plano de saúde.