A Comissão de Ética da Presidência aplicou uma sanção ao ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, por tentar entrar no Brasil com joias avaliadas em mais de R$ 5 milhões sem declará-las. O incidente ocorreu em 26 de outubro de 2021, quando Albuquerque e sua equipe retornavam de um evento na Arábia Saudita e foram abordados na alfândega do aeroporto de Guarulhos.
Durante a fiscalização, auditores da Receita Federal encontraram as joias na bagagem de um assessor do ministro. Albuquerque alegou que os itens eram um presente do governo saudita para a então primeira-dama, Michele Bolsonaro. Apesar dos esforços do ex-presidente Jair Bolsonaro para recuperar as joias, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que elas deveriam ser incorporadas ao patrimônio da União, considerando que não se enquadravam na categoria de presentes personalíssimos.
A sanção imposta pela Comissão de Ética, que tem validade de três anos, não gera consequências legais, mas representa uma mancha no histórico profissional do ex-ministro. Além disso, a Polícia Federal indiciou Albuquerque, o ex-presidente Bolsonaro e mais dez pessoas por suspeitas de lavagem de dinheiro, associação criminosa e peculato. O Procurador Geral da República, Paulo Gonet, poderá solicitar novas investigações ou apresentar denúncias ao Judiciário. Até o momento, não foi possível contatar Bento Albuquerque para comentários.