A ex-diretora de inteligência do Ministério da Justiça, Marília Ferreira de Alencar, confirmou nesta quinta-feira (24) que solicitou um estudo para identificar locais onde Lula e Bolsonaro obtiveram mais de 75% dos votos no primeiro turno das eleições de 2022. No entanto, Marília negou ter enviado esses dados à Polícia Rodoviária Federal (PRF) para embasar operações de fiscalização.
Durante seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), Marília explicou que o servidor Clebson Ferreira, subordinado a ela, aplicou um filtro em um painel de inteligência para mapear esses locais, que coincidiram com áreas onde a PRF realizou blitz, especialmente no Nordeste. Ela ressaltou que o estudo foi destinado apenas para análise interna e que nunca teve a intenção de utilizá-lo para ações da PRF.
Marília também se defendeu de acusações de que teria tentado relacionar os locais de votação de Lula a facções criminosas no Rio de Janeiro, afirmando que os resultados não corresponderam às expectativas. "Os cruzamentos iniciais não deram resultado", disse ela, referindo-se à análise que não conseguiu estabelecer a conexão desejada. O caso está sendo investigado no âmbito de um processo que apura uma suposta trama golpista durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.