A ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis, Joneuma Silva Neres, foi presa em janeiro de 2023 sob suspeita de ter facilitado a fuga de 16 detentos em dezembro de 2022. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) investiga a atuação de Joneuma, que, durante sua gestão, teria autorizado regalias e eventos especiais para os presos, incluindo a entrada de um caixão com o corpo da avó de um detento, que foi 'velado' dentro da unidade.
Segundo documentos obtidos pela TV Bahia, a ex-diretora permitiu que os detentos desfrutassem de refeições especiais e até de uma comemoração do Dia da Consciência Negra, com distribuição de acarajés e apresentações de capoeira. Relatos de presos indicam que, em um feriado, todas as celas estavam abertas, o que gerou preocupações sobre a segurança da unidade.
Além de Joneuma, o ex-coordenador de segurança do presídio, Wellington Oliveira Sousa, e Ednaldo Pereira de Souza, conhecido como Dadá, líder de uma facção criminosa, também foram denunciados por planejar a fuga. As investigações apontam que a operação tinha como objetivo libertar Dadá e outros 15 detentos, dos quais um foi morto em confronto com a polícia após a fuga.
O caso segue sob segredo de Justiça, mas as denúncias revelam um esquema de facilitação que envolvia a promoção de integrantes da facção dentro do presídio. Joneuma e Wellington estão atualmente detidos em unidades prisionais distintas no sul da Bahia, enquanto os outros fugitivos permanecem foragidos.