O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira, onde negou ter ordenado operações para dificultar o trânsito de eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva durante o segundo turno das eleições de 2022. Vasques, que é réu em um processo por tentativa de golpe, afirmou que suas ações estavam em conformidade com as ordens do ministro da Justiça na época.
Durante seu depoimento, Vasques apresentou dados da atuação da PRF no dia da votação, argumentando que o número de operações realizadas foi semelhante ao de anos anteriores. Ele destacou que, em 2022, foram abordados 324 ônibus no Nordeste, com um total de 28 mil pessoas fiscalizadas, e que apenas 13 ônibus foram recolhidos por problemas mecânicos ou condições inadequadas de circulação.
O ex-diretor também se defendeu das acusações relacionadas aos ataques de 8 de janeiro, afirmando que estava em Santa Catarina comemorando seu aniversário e que não teve envolvimento com os eventos. Vasques ressaltou que sua gestão na PRF não teve interferência política, citando que em dois governos não houve indicações políticas para a corporação.
Além disso, Silvinei Vasques denunciou abusos por parte de policiais durante a apuração de seu caso, relatando que, mesmo com recomendação médica para internação, foi levado à detenção em Brasília. Ele atribuiu a situação a uma rivalidade entre a PRF e a Polícia Federal, afirmando que sua postura de incentivo a parcerias com o Ministério Público gerou descontentamento entre os colegas.