O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, negou nesta quinta-feira (24) ter ordenado operações no Nordeste para dificultar o deslocamento de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o segundo turno das eleições de 2022. Em depoimento, Vasques afirmou que a PRF abordou 324 ônibus na região em 30 de outubro de 2022, recolhendo apenas 13 veículos, e que as ações visavam coibir crimes eleitorais, sem qualquer direcionamento político.
Silvinei, que é réu no processo que investiga tentativas de golpe de Estado, foi interrogado pelo juiz auxiliar Rafael Tamai, que atua no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele reiterou que nunca participou de uma organização criminosa e que não recebeu ordens ilegais do então ministro da Justiça, Anderson Torres. "Tudo que recebemos como determinação, entendemos que deveria ser cumprido por dever legal", declarou.
O ex-diretor foi preso em 2023 por supostas ações que teriam impedido o voto de eleitores no segundo turno e, em agosto de 2024, foi liberado sob uso de tornozeleira eletrônica. Durante a audiência, ele também relatou ter sofrido "tortura psicológica" enquanto esteve detido, afirmando que as condições na prisão foram desumanas. O núcleo 2 da ação penal, do qual faz parte, é acusado de tentativa de golpe e participação em organização criminosa armada.