O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, negou, em audiência realizada nesta quinta-feira (24), a acusação de que teria ordenado blitzes ilegais no Nordeste durante as eleições de 2022, com o intuito de impedir o deslocamento de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Vasques, que é réu no núcleo 2 da ação penal relacionada a uma suposta trama golpista, foi interrogado pelo juiz Rafael Tamai, auxiliar do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante seu depoimento, Silvinei Vasques afirmou que as operações realizadas pela PRF tinham como objetivo prevenir crimes eleitorais, como o transporte ilegal de eleitores e o fechamento de rodovias, e não visavam especificamente a região Nordeste, onde Lula obteve uma votação expressiva. Ele também destacou que não recebeu ordens do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, para realizar operações ilegais.
O interrogatório dos réus é uma das etapas finais do processo, que deve culminar no julgamento dos acusados no segundo semestre de 2023. A denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) foi dividida em quatro núcleos, sendo que o primeiro, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro, já está nas alegações finais e deve ser julgado em setembro. Dados da investigação indicam que o efetivo da PRF foi significativamente maior no Nordeste durante o segundo turno das eleições, com 795 policiais mobilizados, em comparação a outras regiões do país.