Nos últimos meses, Portugal, Espanha e Itália têm implementado políticas migratórias mais rigorosas, influenciadas por partidos populistas e de extrema-direita. Essas mudanças afetam diretamente milhões de imigrantes, incluindo brasileiros, que buscam regularizar sua situação nos países europeus. Em Portugal, o Parlamento aprovou um pacote de medidas que dificulta o acesso à cidadania e à regularização, encerrando o mecanismo de 'manifestação de interesse' e criando uma força policial específica para controle de fronteiras e deportações.
Um brasileiro residente no Porto, que preferiu não se identificar, expressou sua preocupação com as novas regras. Ele, que já havia iniciado o processo de regularização, teme que sua situação e a de sua família possam ser comprometidas a qualquer momento. Até o fechamento desta reportagem, o governo português não havia se manifestado sobre as críticas ao novo pacote, que pode forçar mais imigrantes à informalidade.
Na Espanha, a situação é complexa. Enquanto o governo socialista de Pedro Sánchez promove políticas de regularização, a extrema-direita do Vox tem ganhado força, propondo a 'remigração' de estrangeiros naturalizados e associando a imigração à criminalidade. Em cidades como Murcia, tensões entre comunidades locais e imigrantes têm aumentado, refletindo uma divisão social crescente.
Na Itália, o processo de cidadania para descendentes de imigrantes foi interrompido, deixando milhares de pedidos pendentes nos consulados. Especialistas em imigração buscam garantir que os processos já iniciados sejam analisados, enquanto a retórica anti-imigração se espalha pela Europa. As novas políticas prometem reduzir a chegada de estrangeiros, mas podem resultar em escassez de mão de obra e violações de direitos humanos a longo prazo.