Na terça-feira (22), o governo dos Estados Unidos anunciou sua retirada da Unesco, agência cultural da ONU, em uma decisão confirmada pelo Departamento de Estado americano. A porta-voz Tammy Bruce afirmou que a organização é considerada 'ideológica' e que a permanência dos EUA na Unesco não atende aos interesses nacionais do país.
Bruce destacou que a Unesco promove causas sociais e culturais polarizadoras, além de manter um foco desproporcional nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que, segundo ela, contrariam a política externa 'America First'. Esta não é a primeira vez que os EUA se afastam da Unesco; em 2018, durante o primeiro mandato de Trump, o país já havia se retirado, citando viés anti-Israel e a necessidade de reformas na organização.
A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, lamentou a decisão, mas afirmou que a medida era esperada. A saída dos EUA será efetivada em dezembro de 2026. A Unesco, que tem como missão promover a paz por meio da cooperação internacional em educação, ciência e cultura, já enfrentou desafios financeiros, com a contribuição americana caindo de cerca de 20% para 8% do orçamento total da agência.
Os Estados Unidos foram membros fundadores da Unesco em 1945, mas já se retiraram anteriormente em 1984, acusando a organização de má gestão e viés antiamericano. Com a nova retirada, o governo Trump continua sua tendência de se distanciar de organismos multilaterais, tendo já suspendido a participação em outras agências da ONU, como a Organização Mundial da Saúde (OMS).