Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira (30) a inclusão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, na lista de indivíduos sancionados pela Lei Global Magnitsky. A decisão foi divulgada pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), vinculado ao Departamento do Tesouro dos EUA, que alega que Moraes promoveu uma "caça às bruxas ilegal" contra cidadãos e empresas, incluindo práticas de censura e detenções arbitrárias.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que Moraes é responsável por uma série de abusos, como detenções sem julgamento e processos politizados, destacando ações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A sanção é uma resposta a ações que, segundo o governo americano, ameaçam os interesses dos EUA e as liberdades de seus cidadãos.
A medida foi tomada com base na Ordem Executiva 13818, que visa responsabilizar autores de graves abusos de direitos humanos em todo o mundo. A inclusão de Moraes na lista de sanções segue a revogação de seu visto e de seus familiares pelo Departamento de Estado dos EUA em julho de 2025, em decorrência de sua suposta cumplicidade em uma campanha de censura contra cidadãos americanos.
Desde sua nomeação ao STF em 2017, Moraes tem exercido considerável influência no sistema judiciário brasileiro, sendo acusado de abusos de poder, incluindo detenções preventivas de jornalistas e críticos do governo. A sanção representa um marco, pois Moraes se torna a primeira autoridade de um país democrático a ser sancionada pela Lei Magnitsky, que historicamente tem como alvo líderes de regimes autoritários.