Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira (30) a inclusão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na lista de indivíduos sancionados pela Lei Global Magnitsky. A decisão foi divulgada pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), vinculado ao Departamento do Tesouro americano. Segundo o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, Moraes é acusado de conduzir uma "caça às bruxas ilegal" contra cidadãos e empresas, além de promover censura e detenções arbitrárias.
As sanções impostas podem resultar no bloqueio de bens de Moraes nos Estados Unidos e na proibição de sua entrada no país. A Lei Magnitsky, criada em 2012 para responsabilizar autoridades russas, passou a ter alcance global em 2016. O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi um dos responsáveis por pressionar o governo americano a incluir Moraes na lista, buscando criar um racha interno no STF e abrir espaço para negociações.
A medida ocorre em um contexto de crescente tensão diplomática entre Brasil e EUA, exacerbada por ameaças do presidente Donald Trump de impor tarifas sobre produtos brasileiros, caso não haja mudanças no tratamento judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Moraes, que já se manifestou sobre a questão, reafirmou a independência do Judiciário brasileiro, destacando que o país não é uma colônia desde 1822. A situação continua a ser monitorada, com desdobramentos esperados nas próximas semanas.