Os Estados Unidos suspenderam os vistos de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e de outros sete ministros da Corte. A decisão foi anunciada na sexta-feira (18) por Marco Rubio, secretário de Estado do governo Donald Trump, que alegou que a medida visa responsabilizar estrangeiros envolvidos em censura à liberdade de expressão. Além de Moraes, tiveram seus vistos revogados Luis Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flavio Dino, Carmem Lúcia e Gilmar Mendes, além do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Em resposta à revogação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou apoio aos ministros afetados, considerando a ação uma interferência inaceitável nos assuntos internos do Brasil. Lula se reuniu com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para discutir a crise com os Estados Unidos, que ocorre em um momento de tensão política, especialmente após Moraes determinar o uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) também se manifestou contra a decisão, classificando-a como uma tentativa de intimidação e um desrespeito à soberania nacional. A entidade defendeu que a revogação do visto de Gonet é desproporcional e uma ofensa à autonomia do Ministério Público brasileiro, ressaltando a importância da independência entre os poderes no país.