O governo dos Estados Unidos, por meio do secretário de Estado Marco Rubio, anunciou a revogação imediata dos vistos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, de seus familiares e aliados próximos. A decisão, divulgada na última terça-feira, faz parte de uma política que visa restringir vistos para autoridades estrangeiras acusadas de censura a cidadãos norte-americanos, especialmente em questões relacionadas à liberdade de expressão e redes sociais.
A medida é uma resposta a embates judiciais entre Moraes e plataformas americanas, como Rumble e X (antigo Twitter), além de inquéritos que envolvem aliados do ex-presidente Donald Trump e o deputado Eduardo Bolsonaro. Este último tem atuado nos Estados Unidos para buscar sanções contra o ministro brasileiro. O Departamento de Justiça dos EUA enviou uma carta oficial a Moraes, esclarecendo que ordens judiciais brasileiras não têm validade para empresas sediadas nos EUA sem o reconhecimento jurídico local, evidenciando a tensão sobre jurisdição entre os dois países.
Jason Miller, ex-assessor de Donald Trump, fez uma postagem irônica nas redes sociais marcando Moraes, destacando o impacto da revogação. O Congresso americano, liderado por aliados de Trump e da família Bolsonaro, já considera possíveis sanções pessoais contra o ministro, com base na Lei Global Magnitsky, que permite punições a autoridades estrangeiras por violações de direitos humanos.
Até o momento, o governo brasileiro optou por uma postura cautelosa, avaliando a resposta institucional adequada caso as sanções sejam efetivadas. A revogação dos vistos pode afetar as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, que já enfrentam tensões crescentes nos últimos meses.