O governo dos Estados Unidos manifestou novamente seu interesse em garantir acesso aos minerais críticos e estratégicos (MCEs) do Brasil, essenciais para a transição energética e o avanço tecnológico. Gabriel Escobar, encarregado de negócios da embaixada dos EUA no Brasil, destacou essa intenção durante uma reunião com representantes do setor privado, conforme relatado por Raul Jungmann, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Esta declaração reafirma um interesse que já havia sido expresso há três meses.
Os MCEs são fundamentais para a produção de tecnologias modernas, incluindo chips de eletrônicos e componentes para veículos elétricos. O Brasil, com vastas reservas de nióbio, terras raras, lítio, grafite, níquel, cobre e urânio, se destaca como um dos poucos países com potencial significativo nesse mercado global. O país é líder mundial em nióbio, detendo 94% das reservas globais, e possui a segunda maior reserva de terras raras, atrás apenas da China.
O interesse dos EUA nos MCEs brasileiros reflete uma estratégia de diversificação de suprimentos, visando reduzir a dependência de cadeias de suprimentos concentradas, especialmente da China. A interrupção da exportação de terras raras pela China em 2010 serviu como um alerta para Washington, que considera o acesso a esses minerais vital para a segurança nacional, a transição energética e a liderança tecnológica. Apesar do forte interesse americano, o Ibram enfatizou que as negociações sobre os MCEs são de competência exclusiva do governo brasileiro.