Na quinta-feira, 24 de agosto, o encarregado de negócios da embaixada americana, Gabriel Escobar, destacou o interesse do governo dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, em minerais críticos brasileiros, como lítio, nióbio e terras raras, durante uma reunião com empresários. A afirmação ocorre em um contexto de crescente tensão geopolítica, intensificada pelo anúncio de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, que entrarão em vigor em 1º de agosto.
O Brasil, que possui a segunda maior reserva de terras raras do mundo, atrás apenas da China, se destaca pelo disprósio, um elemento essencial na produção de ímãs para carros elétricos. Em entrevista ao podcast O Assunto, o professor Fernando José Gomes Landgraf, da Escola Politécnica da USP, ressaltou que o Brasil possui quantidades significativas de disprósio, superando a China nesse aspecto.
Landgraf explicou que o disprósio é crucial para a fabricação de ímãs que operam em altas temperaturas, sendo vital para a indústria de veículos elétricos. Ele também mencionou que as terras raras no Brasil estão localizadas em regiões associadas a vulcões extintos, como Poços de Caldas e Araxá, além de Goiás, Amazonas e Bahia. No entanto, o professor alertou que a viabilidade comercial da extração ainda precisa ser avaliada.