São Paulo – O governo dos Estados Unidos, sob a administração do presidente Donald Trump, está elaborando uma nova declaração de emergência para justificar a imposição de tarifas de 50% sobre produtos importados do Brasil. A informação foi divulgada por fontes à agência Bloomberg e indica que a medida, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, ainda não foi finalizada. A situação do Brasil é única, pois, ao contrário de outros países que enfrentam tarifas recíprocas, o Brasil apresenta um déficit comercial com os EUA.
A avaliação é de que as tarifas podem ser contestadas judicialmente, uma vez que a balança comercial entre os dois países historicamente favorece os Estados Unidos. A justificativa política por trás da imposição das tarifas está relacionada ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que Trump considera uma "caça às bruxas". Para dar uma base legal mais sólida à medida, o governo americano iniciou uma investigação sobre práticas comerciais do Brasil, conforme anunciado pelo Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) no dia 15 de julho.
Enquanto isso, o governo brasileiro tem buscado alternativas para mitigar os impactos das tarifas. O vice-presidente Geraldo Alckmin se reuniu virtualmente com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, em uma série de encontros que visam fortalecer os laços comerciais entre os dois países. Apesar das tentativas de negociação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, até o momento, não houve avanços significativos nas discussões sobre as tarifas, que já foram tema de dez reuniões entre os governos brasileiro e americano.
