O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, anunciou que produtos não cultivados no país, como café, manga, abacaxi e cacau, poderão ter tarifa zero. A declaração foi feita durante uma entrevista à CNBC, mas não mencionou especificamente o Brasil, que enfrentará uma tarifa de 50% a partir de 1º de agosto, conforme decisão do presidente Donald Trump.
O Brasil é responsável por 40% do mercado global de café e fornece 17% das exportações do produto para os EUA, que consomem anualmente cerca de 8 milhões de sacas de café brasileiro. Especialistas alertam que a imposição da tarifa de 50% poderá resultar em uma crise de abastecimento, uma vez que os EUA produzem apenas 1% do café que consomem.
Fernando Maximiliano, analista da StoneX, destacou que a Colômbia, o segundo maior produtor de café, não possui capacidade para substituir a oferta brasileira. Ele sugere que os EUA poderão ter que modificar suas misturas de café para incluir a variedade robusta ou buscar novos fornecedores de arábica, o que pode aumentar os custos.
Lutnick também mencionou um recente acordo tarifário com a União Europeia, onde produtos como cortiça foram isentos de tarifas. Ele afirmou que as negociações com a China serão mais complexas e que Trump tomará decisões sobre novos acordos até sexta-feira, 1º de agosto.