Um representante do governo dos Estados Unidos afirmou que a Casa Branca não reconhece um papel significativo do Brasil nas discussões sobre as tarifas de 50% anunciadas pelo ex-presidente Donald Trump, que entrarão em vigor no dia 1º de agosto. O governo americano está atualmente elaborando um decreto para formalizar essa medida, enquanto as negociações com o Brasil permanecem estagnadas, aguardando uma resposta da administração norte-americana.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentou contatar o secretário do Tesouro dos EUA, mas foi informado de que a questão está sob análise da Casa Branca. O vice-presidente Geraldo Alckmin também se reuniu com o secretário do Comércio, Howard Lutnick, reafirmando a disposição do Brasil para o diálogo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que Alckmin tem buscado negociações diárias, mas sem resultados concretos até o momento.
Em maio, o governo brasileiro havia enviado uma proposta de negociação quando as tarifas estavam fixadas em 10%. Após o anúncio do aumento, uma nova carta foi encaminhada, solicitando uma resposta dos EUA. O documento, assinado por Alckmin e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, expressa indignação e pede uma posição clara dos Estados Unidos. As negociações enfrentam dificuldades adicionais devido a alegações de censura à liberdade de expressão no Judiciário brasileiro, que Lula considera uma tentativa de interferência e um ataque à soberania nacional.