O governo dos Estados Unidos anunciou a abertura de uma investigação comercial sobre o Brasil, focando em supostas práticas desleais relacionadas ao sistema de pagamentos Pix e à Rua 25 de Março, um importante centro de comércio popular em São Paulo. A investigação visa determinar se as políticas brasileiras onerosas ao comércio digital afetam negativamente os interesses comerciais dos EUA. Além disso, a Rua 25 de Março é citada como um dos maiores mercados de pirataria, segundo o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos.
Em resposta à situação, a União dos Lojistas da Rua 25 de Março e Adjacências (Univinco25) enviou um ofício ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, solicitando uma defesa mais robusta da soberania nacional e apoio ao comércio local, que gera mais de 35 mil empregos formais. A entidade enfatiza a importância da região para a economia paulista e sul-americana, destacando a necessidade de distinguir entre atividades comerciais lícitas e a imagem negativa que tem sido projetada internacionalmente.
A Univinco25 se colocou à disposição do governo para colaborar na formalização do setor e na construção de uma resposta adequada à investigação. Por outro lado, o Sindicato dos Comerciários de São Paulo (Secsp) convocou uma manifestação para esta sexta-feira (18) na Rua 25 de Março, com o objetivo de defender os empregos locais e expressar repúdio às declarações do governo dos EUA. No entanto, a Univinco25 não apoiará o ato, argumentando que ações desse tipo não contribuem para a recuperação do comércio na região, que ainda busca se restabelecer após os impactos da pandemia.