Na noite de terça-feira (15), o Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR) anunciou uma investigação sobre práticas comerciais do Brasil, com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974. O objetivo é avaliar se as políticas do governo brasileiro são irracionais ou discriminatórias, impactando negativamente o comércio americano. O comunicado destaca que a investigação se concentra em ações que afetam empresas de mídia social e outras práticas que prejudicam trabalhadores e inovadores dos EUA.
A decisão ocorre poucos dias após o presidente Donald Trump ter imposto tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, que entrarão em vigor em 1º de agosto. Apesar das declarações do governo brasileiro sobre a preferência por negociações, a abertura da investigação indica uma escalada nas tensões comerciais entre os dois países. O USTR menciona questões como a tarifa de 18% sobre o etanol americano e a falsificação de marcas, além da participação do governo brasileiro em pagamentos eletrônicos, que pode afetar empresas como Visa e Mastercard.
O comunicado também aborda o desmatamento no Brasil, afirmando que a falta de aplicação efetiva das leis ambientais prejudica a competitividade dos produtores americanos de madeira e produtos agrícolas. Com essa investigação, a questão tarifária se torna mais complexa, refletindo um movimento estruturado do USTR em um cenário já marcado por investigações contra a China e outros países. O impacto nos mercados é esperado como negativo.