O Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) anunciou na última terça-feira (15) o início de uma investigação sobre políticas comerciais do Brasil, a pedido do presidente Donald Trump. A investigação, que se baseia na Section 301 da Lei Comercial de 1974, visa apurar se as práticas brasileiras são "injustificáveis, irracionais ou discriminatórias" e se prejudicam o comércio americano. Consultas diplomáticas e uma audiência pública estão agendadas para o dia 3 de setembro de 2025.
A investigação abrange sete áreas principais, incluindo o sistema de pagamentos Pix, tarifas comerciais, propriedade intelectual, e questões relacionadas ao etanol, corrupção e desmatamento. Os EUA alegam que o Brasil favorece empresas locais em detrimento de concorrentes internacionais, especialmente no setor de serviços digitais, onde o Pix é apontado como uma barreira à competição.
Além disso, o USTR critica a estrutura tarifária brasileira, que, segundo os EUA, oferece vantagens a países como México e Índia, enquanto os produtos americanos enfrentam tarifas que podem chegar a 35%. O relatório também menciona fragilidades na aplicação de leis anticorrupção e a falta de proteção de direitos de propriedade intelectual, citando a Rua 25 de Março em São Paulo como um exemplo de pirataria.
Por último, a investigação destaca a recente elevação das tarifas sobre o etanol importado dos EUA, que caiu drasticamente de US$ 761 milhões em 2018 para apenas US$ 53 milhões em 2024. Os EUA consideram essas medidas como barreiras comerciais injustas que afetam negativamente o acesso ao mercado brasileiro.