O Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR) anunciou, nesta terça-feira (15), o início de uma investigação comercial contra o Brasil, conforme solicitação do presidente Donald Trump. A medida, fundamentada na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, visa apurar práticas comerciais desleais que, segundo o governo americano, afetam empresas e trabalhadores dos EUA.
O embaixador Jamieson Greer, representante comercial dos EUA, afirmou que a investigação se concentra em alegações de que o Brasil tem adotado medidas prejudiciais às empresas americanas de mídia social e outras práticas que limitam o acesso de exportadores dos EUA ao mercado brasileiro. Embora o documento mencione a existência de práticas desleais, não apresenta provas concretas para as acusações.
Além disso, o anúncio destaca que o Brasil estaria comprometendo a competitividade de empresas norte-americanas em setores como comércio digital e serviços de pagamento eletrônico, aplicando tarifas preferenciais a parceiros comerciais estratégicos e falhando na proteção da propriedade intelectual. A investigação também abordará questões relacionadas ao etanol e ao desmatamento ilegal, que, segundo os EUA, afetam negativamente seus produtores.
A Seção 301 permite que os EUA adotem medidas corretivas, como tarifas ou sanções, para proteger seus interesses comerciais. A abertura da investigação segue a recente imposição de uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras, conforme já havia sido sinalizado por Trump em comunicações anteriores.