Faltando apenas uma semana para a implementação de tarifas comerciais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que a partir de 1º de agosto, produtos brasileiros terão uma alíquota de 50%. A decisão foi comunicada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma carta datada de 9 de julho, onde Trump justificou a medida pelo tratamento dispensado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que ele descreveu como "uma vergonha internacional".
Trump afirmou que a tarifa é uma resposta a uma "relação de longa data e muito injusta" entre os dois países, destacando que as taxas atuais dos EUA não são recíprocas em relação ao Brasil. Ele enfatizou que o percentual de 50% é, segundo ele, inferior ao necessário para equilibrar as condições comerciais entre as nações. Além do Brasil, outros países, como nações da União Europeia, Japão, Indonésia e México, também serão impactados, mas com percentuais variados.
Em meio a essa tensão comercial, o governo Trump criticou publicamente o Brasil e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, acusando-o de perseguir Bolsonaro. O subsecretário do Departamento de Estado, Darren Beattie, fez declarações contundentes em redes sociais, enquanto a embaixada dos EUA em Brasília republicou a nota em português. Por sua vez, Lula afirmou que Trump não está interessado em negociações e se referiu a si mesmo como "bom de truco".
O vice-presidente Geraldo Alckmin revelou ter mantido uma conversa com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, descrevendo-a como "longa e proveitosa", embora detalhes sobre a discussão não tenham sido divulgados pelo Departamento de Comércio dos EUA.