Os Estados Unidos anunciaram uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras, surpreendendo o mercado e levantando preocupações sobre o impacto econômico no Brasil. A decisão foi comunicada pelo presidente Donald Trump em uma carta ao governo brasileiro, onde ele justificou as medidas com base em questões legais relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a uma relação comercial considerada "não recíproca". A nova tarifa entrará em vigor no início de agosto e supera as expectativas anteriores de uma tarifa mínima de 10%.
Economistas do JPMorgan, que já haviam alertado sobre a possibilidade de o Brasil ser alvo em uma guerra comercial, destacam que as exportações brasileiras para os EUA representam cerca de 1,9% do PIB do país. Os produtos mais afetados incluem aço, alumínio, petróleo bruto, químicos e carne bovina, que juntos representam cerca de três quartos das exportações totais. A equipe econômica do banco estima que cada aumento de 10 pontos percentuais na tarifa pode reduzir o PIB brasileiro entre 0,2% e 0,3%.
A carta de Trump também menciona a abertura de uma investigação pela Seção 301 sobre o Brasil, o que pode intensificar as tensões comerciais entre os dois países. Apesar do impacto negativo esperado, o JPMorgan não alterou suas previsões de crescimento do PIB, citando incertezas sobre os níveis tarifários e seus prazos. A resposta do governo brasileiro e dos partidos de oposição será fundamental para avaliar as consequências econômicas dessa nova medida.