Os Estados Unidos anunciaram a imposição de uma tarifa de 50% sobre as exportações de carne bovina do Brasil, um mercado estratégico que representa o segundo maior destino das vendas brasileiras do produto. A decisão, que poderá afetar significativamente a competitividade da carne brasileira, foi recebida com preocupação por investidores e analistas do setor, que buscam entender os potenciais impactos dessa medida.
O Bradesco BBI destacou que, embora a tarifa possa redirecionar parte dos volumes exportados para outros mercados, a dependência do acesso ao mercado norte-americano, que historicamente oferece margens superiores, torna a situação desafiadora. Em junho, o preço médio da carne bovina brasileira exportada para os EUA foi de US$ 5,60/kg, mas com a nova tarifa, o custo final poderá ultrapassar os US$ 9,86/kg, tornando o produto menos competitivo em relação à carne doméstica americana, que custa em média US$ 8,58/kg.
Além disso, a possibilidade de uma desvalorização do real pode atenuar os impactos para os exportadores, mas a substituição do Brasil como fornecedor é considerada inviável, o que pode resultar em um aumento nos preços da carne no mercado interno dos EUA. Nesse cenário, a JBS se destaca como uma das empresas que pode se beneficiar, sendo apontada como uma “vencedora relativa” pela instituição financeira, que continua a recomendá-la no setor de proteínas.
A Genial Investimentos também alertou que a nova tarifa representa um risco significativo para as exportações brasileiras, especialmente em commodities agrícolas. A retórica agressiva e a motivação política indicam que a confrontação comercial pode se intensificar, a menos que haja um alinhamento entre os governos do Brasil e dos EUA. Os analistas observam que, embora o impacto geral possa ser limitado, algumas empresas estão mais expostas a essas mudanças.