O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que estabelece uma sobretaxa de 40% sobre produtos brasileiros, incluindo o suco de laranja e a castanha do Brasil, que foram isentos dessa tarifa. A nova taxa se soma ao imposto de 10% que já havia sido implementado em abril. Segundo Leonardo Munhoz, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Bioeconomia, a tarifa fixa de US$ 415 por tonelada de suco de laranja permanece em vigor.
Os Estados Unidos dependem fortemente do suco de laranja brasileiro, importando quase metade dos 3 milhões de litros consumidos anualmente. A Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) alertou que a ausência das exportações brasileiras poderia resultar em perdas de até R$ 4,3 bilhões por ano, uma vez que os americanos representam 41,7% do volume exportado.
A produção de suco de laranja nos EUA enfrenta desafios significativos, com a Flórida, responsável por 90% da produção nacional, sofrendo uma retração de 28% na safra 2024/2025 devido a furacões e à doença greening, que compromete a qualidade das frutas. Em contraste, a safra brasileira de laranja para 2025/2026 deve crescer 36% em relação à anterior, aumentando a produção de suco em 8% e consolidando o Brasil como responsável por cerca de 70% da produção mundial de suco neste ano.