O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (30) sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky. A medida, divulgada pelo Departamento do Tesouro, é uma resposta a alegações de violações de direitos humanos e corrupção atribuídas ao ministro, em um contexto de crescente tensão entre os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump.
As sanções incluem o bloqueio de bens e ativos de Moraes nos EUA, além da proibição de transações com empresas e cidadãos norte-americanos. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que Moraes teria conduzido uma "campanha opressiva de censura" e autorizado "prisões arbitrárias". Esta ação se soma a medidas já implementadas em julho, quando Washington revogou o visto do ministro e de outros membros do STF.
A escalada das tensões se intensificou após articulações de aliados de Bolsonaro nos EUA, incluindo o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, que buscaram enquadrar Moraes na Lei Magnitsky. Trump já havia criticado o julgamento de Bolsonaro, chamando-o de "vergonha internacional". Além disso, tramita na Câmara dos EUA um projeto que visa restringir a entrada de estrangeiros acusados de censura, motivado por decisões do STF contra plataformas digitais.
As sanções ocorrem em meio a uma disputa tarifária, com Trump ameaçando impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. O governo Lula considera essas ações como parte de uma pressão da Casa Branca para beneficiar Bolsonaro e desgastar o Judiciário brasileiro. Em resposta, Moraes reafirmou a independência do Judiciário, afirmando que o Brasil "deixou de ser colônia em 1822".