O governo dos Estados Unidos decidiu pela destruição de um lote de anticoncepcionais, avaliado em US$ 9,7 milhões, que seriam enviados a países em desenvolvimento. A medida, anunciada em 18 de julho pelo jornal The Guardian, gerou forte reação de entidades feministas, ONGs e parlamentares, que a consideraram um desperdício e um ataque aos direitos das mulheres.
Os anticoncepcionais, que incluem dispositivos intrauterinos (DIUs) e implantes hormonais, estavam armazenados em Geel, na Bélgica, e estão programados para serem incinerados na França até o final de julho. Os produtos foram adquiridos durante a administração de Joe Biden, através da USAID, com o objetivo de beneficiar mulheres em nações de baixa renda, especialmente na África Subsaariana.
O Departamento de Estado dos EUA confirmou que a decisão de destruição se baseia na Política da Cidade do México, que proíbe o financiamento de ONGs que realizem ou promovam o aborto. Apesar de alegações de que os produtos estariam vencidos, documentos internos revelam que os anticoncepcionais têm validade até 2031. Organizações como a MSI Reproductive Choices tentaram adquirir e redistribuir os produtos, mas suas propostas foram rejeitadas.
Ativistas na França e senadores democratas nos EUA pressionam para que a incineração não ocorra, argumentando que a destruição dos anticoncepcionais representa uma forma de coerção reprodutiva. O Ministério das Relações Exteriores da Bélgica também busca alternativas para evitar a destruição dos produtos, incluindo a possibilidade de realocação temporária.